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Transformação digital acelerou nas empresas de todas as dimensões com a pandemia

Transformação digital acelerou nas empresas de todas as dimensões com a pandemia

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O efeito de aceleração nos processos de transformação digital devido à pandemia fez-se sentir em todas as empresas, independentemente da sua dimensão, defendeu-se no painel Digital Accelerating Businesses do Portugal Digital Summit.   

 

A forma como as empresas portuguesas estão a integrar tecnologia para acelerarem os seus processos, para serem mais ágeis e inovadoras e, neste momento, principalmente para lidarem com os efeitos da pandemia foi o tema de debate entre Paulo Rosado, presidente Executivo da Outsystems, Pedro Janela, presidente executivo do Wygroup, João Baptista Leite, presidente e CEO da UNICRE, e Rodrigo Vasques Jorge, Technology Country Leader da Oracle Portugal, no painel Digital Accelerating Businesses.

 

Há bastante tempo que a Outsystems acompanha o processo de transformação digital das empresas no mercado português “e há muitas num estado de maturação maior do que aquilo que muitas vezes se espera para Portugal”, garantiu Paulo Rosado.

 

Nas empresas que já estavam a fazer a sua transformação digital, os efeitos da pandemia contribuíram para acelerar um pouco o processo, apontou o presidente executivo da Outsystems. Nas empresas mais atrasadas, o processo acelerou drasticamente, em alguns casos, saltando etapas. “Umas vão mais atras do que as outras, mas no geral toda a gente acelerou”.

 

A intervenção de Pedro Janela, começou no mesmo sentido, com o responsável do Wygroup a defender que havia realmente empresas em Portugal que já estavam muito avançadas na sua aposta no digital. “As empresas portuguesas têm a capacidade, estavam a pensar, estavam a fazer. Há uma maturidade relativamente grande na tecnologia”, referiu o presidente executivo.

 

O tema passou depois para a escassez de talento que, no entender de Pedro Janela, vai ser um dos verdadeiros problemas no mercado português. “Talvez a questão de não estarmos mais avançados nalgumas industrias é a haver pouca gente para colocar nos projetos e poder construí-los”, disse.

 

Mais à frente foi a vez de Paulo Rosado recuperar o assunto para sublinhar que a localização geográfica deixou de ser importante como fator laboral. “Hoje temos 85% das pessoas a trabalharem em casa. estão em casa. Agora podemos fazer a integração na equipa de um dia para o outro a um nível de integração impossível de fazer antes. A localização geográfica deixou de ser importante para a massa laboral

 

Uma outra questão é que o mercado tornou-se realmente global e isso quer dizer que os salários vão ter tendência para serem definidos pela procura global e não pela procura local. “OU seja, aquela eventual vantagem que poderíamos ter por termos salários um pouco mais baixos vai desaparecer”, alertou o presidente executivo da Outsystems.

 

Além disso, o fator impostos está a contribuir para a saída de talentos de topo. “A estrutura fiscal é um disparate. Temos uma base extraordinária para trabalhar, Portugal é um país muito atrativo, mas com políticas erradas”.

 

Pagamentos, ecommerce e dados

 

Para João Baptista Leite o “caminho” da transformação das empresas em Portugal também já estava a ser feito, “e em feito”, mas os últimos seis meses “vão colocar-nos” num patamar acima. Nesta nova economia digital “a componente dos pagamentos vai ser crítica”, defendeu o presidente e CEO da UNICRE. 

 

João Baptista destacou as parcerias que têm vindo a ser feitas com as fintech e com as bigtech, e que permitem que hoje seja só “pegar no telemóvel e pagar”. Mencionou igualmente a adesão ao ecommerce, “que já estava a fazer o seu trajeto, mas que agora se tornou mais ‘confortável’”.

 

Outro aspeto de destaque foi a adesão aos pagamentos contactless. “Em janeiro/fevereiro tínhamos 5%,6% e de repente estamos nos 30%”. João Baptista garante que a UNICRE assegura soluções para negócios de todas as dimensões. “Estamos a dar a facilidade na área dos pagamentos desde as grandes empresas às pequenas empresas”.

 

Na Oracle este período de pandemia não registou uma procura mais acentuada numas áreas em detrimento de outras, mas Rodrigo Vasques Jorge apontou alguns aspetos que a empresa encara como fundamentais nesta fase: dados, ecommerce e cloud.

 

“Cada vez mais os dados são mais críticos e mais importantes. As empresas estão habituadas a recolherem dados, mas não os conseguem transformar em informação, que por sua vez alimenta ferramentas de suporte à decisão”.

 

O Technology Country Leader da Oracle Portugal mencionou ainda o facto de empresas não tinham sistemas de ecommerce “terem montado sistemas de retalho de ecommerce em 48 horas para fazer face à pandemia, porque o local físico deixou de existir”. A migração do “on prem” para a cloud foi outra variável extremamente importante neste período de pandemia, na opinião de Rodrigo Vasques Jorge.

 

Plano de recuperação vai funcionar?

 

Para João Baptista Leite, o plano de recuperação e resiliência definido pelo Governo português “cria alguma esperança”. O presidente e CEO da Unicre considera que o plano acerta nas coisas importantes, nomeadamente na aposta da introdução de competências nas escolas logo desde início. “A preparação dos nossos jovens é essencial. Desse ponto de vista o plano parece ambicioso”. Destacou como também importante a aposta na formação e preparação das pessoas que estão no ativo e daquelas que estão no desemprego.

 

Rodrigo Vasques Jorge, por sua vez, considera que se o Estado não conseguir alavancar ferramentas e processos para garantir que todas as empresas, desde as startups às grandes empresas, têm acesso a esses fundos vai ser muito complicado o plano ter sucesso. “Mas estou esperançoso que Portugal vai gerir bem os fundos que aí vem”, rematou.

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