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Sustentar crescimento dos negócios também depende de escolhas políticas

Sustentar crescimento dos negócios também passa por escolhas políticas

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O painel Direct-To-Consumers with Digital juntou esta tarde no Portugal Digital Summit negócios e visões bem distintas que têm em comum resultados positivos da aposta no digital

 

Unilever, Delta Cafés, Generali e Mastercard animaram o debate onde se falou das respostas que a pandemia acelerou, de internacionalização, de talento e de agilização do tecido empresarial. Mas também de sucessos improváveis – pelo menos na escala que atingiram – como a faturação de 1 milhão de euros com a entrega de gelados em casa (via Uber Eats e Glovo), que a Unilever conseguiu realizar já este ano. Durante o ano passado o negócio valeu 300 mil euros, como aqui revelou António Casanova.

 

Para o grupo Nabeiro- Delta Cafés a pandemia resultou também numa explosão das vendas online (800%) de que o administrador Rui Nabeiro aqui falou, sobretudo para dizer que um dos maiores desafios desta transferência das vendas para o digital esteve na logística e na capacidade de entregar em casa, de acordo com a expectativa do cliente.

 

O mais fácil terá sido manter a operação a funcionar, porque a infraestrutura estava montada e a aposta do grupo em processos ágeis permitiu rapidamente afinar as alterações que precisavam de ser feitas, mesmo na reorganização dos recursos humanos que deixaram de poder vender fisicamente.

 

O crescimento das vendas estendeu-se a outros mercados onde o grupo tem uma presença forte, como Espanha, o centro da Europa ou o Brasil e isso deu o mote para outro dos assuntos debatidos esta tarde, o da internacionalização e dos erros a não cometer.

 

Ficou aqui sublinhado que no desenho de uma estratégia internacional é necessário “ter a perceção que, o que funciona bem num mercado, não funciona necessariamente noutro” e que ter um bom parceiro logístico em cada mercado também é importante, frisou Rui Nabeiro, no debate que pode ser acompanhado em www.portugaldigitalsummit.pt, no SAPO ou na TV (posição 420).

 

Oportunidades para crescer fora de Portugal – com ou sem pandemia - existem em diversas áreas e o comércio eletrónico pode ser uma via para chegar a mercados que fisicamente é mais difícil abordar, defendeu-se também no debate. António Casanova referiu aliás que esta tem sido uma das estratégias da Unilever, para fazer chegar o azeite Gallo a vários pontos do mundo.

 

 

Aproveitar oportunidades de internacionalização

 

Para aproveitar oportunidades de crescimento defendeu-se ainda que as empresas portuguesas precisam de ser competitivas, uma condição que parte do enquadramento das atividades económicas em cada país, domínio onde Portugal está longe de registar uma evolução brilhante.

 

“No século XXI só dois países é que perderam mais no ranking mundial das economias que Portugal, que foram a Grécia e Venezuela”, lembrou António Casanova, acrescentando que “as soluções são relativamente claras, o problema é não serem populares”, apontando o dedo à burocracia excessiva.

 

“Em 2020 estamos no exato sitio onde estávamos em 1974. Em comparação do PIB com o dos 20 países mais ricos da UE, a nossa performance na economia nos últimos 50 anos dificilmente poderia ser pior”, observou ainda o responsável, considerando o ambiente pouco propicio à evolução das empresas.

 

Os fundos europeus que Portugal vai receber podem fazer a diferença, se Portugal definir um caminho e o seguir sem mudar de rumo, definindo apostas estratégicas e privilegiando investimento que crie valor, defendeu ainda Rui Nabeiro.

 

Recursos humanos valiosos mas escassos

 

O tema os recursos humanos também foi aqui abordado, com Paulo Raposo, diretor-geral das Mastercard, a destacar a qualidade dos recursos nacionais e a explicar que isso motivou a escolha de Portugal no ano passado para fixar um hub de serviços do grupo.

 

Pedro Carvalho, presidente executivo da Generali, lamentou que a qualidade não seja acompanhada de quantidade e diz que isso já está a ser um entrave na atração de mais projetos, uma limitação que Portugal poderia contornar com a adoção de estratégias de captação de talento internacional, como outros países têm vindo a fazer.

 

Mastercard e Generali também deixaram exemplos do impacto da pandemia na vertente digital dos respetivos negócios. Para a Mastercard os últimos meses aceleraram projetos em duas áreas onde Portugal estava atraso, face a outros países da Europa: o ecommerce e o contactless, cujas taxas de utilização se multiplicaram por 15. “Há farmácias onde 90% das transações passaram a ser feitas por esta via”, revelou o Paulo Raposo.

 

A Generali partilhou que durante a pandemia conseguiu colocar 98% da operação em trabalho remoto e agilizar um conjunto de processos digitais. Com os parceiros: aumentou de 50 para cerca de 500 as sessões online diárias com agentes; com clientes, passou de 10 teleconsultas diárias para mais de 500. Também noutras áreas, ferramentas digitais que já estavam disponíveis viram a utilização aumentar exponencialmente, como o serviço de videoperitagem, exemplificou.

 

Acompanhe o Portugal Digital Summit em www.portugaldigitalsummit.pt. Pode também acompanhar a emissão em direto no SAPO ou na TV (posição 420).



 

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