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Recrutamento está a mudar: o talento já não se mede aos CVs

Recrutamento está a mudar: o talento já não se mede aos CVs

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No painel The New Digital Talent, do conjunto de sessões STRATEGY FOR DIGITAL, falou-se de talento e da escassez que marca o setor no digital, de requisitos de recrutamento e de upskills.  

 

Participaram Sofia Tenreiro, administradora da Galp, João Pedro Machado, presidente executivo da OK Teleseguro e responsável pelo Centro de Transformação Digital da Fidelidade, Céline Abecassis-Moedas, diretora de Formação de Executivos da Católica Lisbon Business & Economics e Pedro Santa Clara, diretor da Escola 42 Lisboa.

 

Hoje em dia há quatro dimensões importantes quando se olha para o tema do recrutamento, defendeu João Pedro Machado: o bundle de tarefas, “que neste momento está em rebundle”, o modelo de função, “que já não é a longo prazo”, o modelo de remuneração e a forma de avaliar o talento. Estão todas a mudar, garante o presidente executivo da OK Teleseguro.

 

 “A forma de avaliar o talento como havia no passado em que o perfil académico ditava cerca 80% daquilo que era o trajeto do candidato hoje, por si só, já não é suficiente. É preciso de outro tipo de data points. Já não é só o CV que fala pelo candidato”, afirmou João Pedro Machado.

 

O confinamento obrigou-nos a usar mais as ferramentas digitais, “mas quanto mais digital, mais contacto humano também precisamos”, considera Sofia Tenreiro. “A tecnologia é o que tem estado a evoluir cada mais, mas temos de perceber que a tecnologia por si só não tem utilidade. É preciso entender a tecnologia e pô-la ao serviço das necessidades que existem”.

 

Para a administradora da Galp a mudança e adaptação é a todos os níveis e isso envolve o capítulo dos recursos humanos, desde o recrutamento à formação continuada. “Na Galp estamos a tentar conhecer as competências internas, tentar perceber quais as competências e quais os gaps que as nossas pessoas têm. Temos pessoas fantásticas dentro de casa que temos de ajudar a fazer upskills”.

 

Para Sofia Tenreiro vivemos uma altura em que a “previsibilidade” nas carreiras diminuiu. “Cada vez mais precisamos de competências em momentos determinados, função versus o projeto”.

 

O trabalho remoto trouxe outra perceção, a de que podemos “recrutar talento no mundo inteiro, e não apenas na nossa geografia”, acrescentou a administradora da Galp. “Vamos poder procurar pessoas completamente diferentes daquelas que tradicionalmente procurávamos”.

 

Céline Abecassis-Moedas destacou que a digitalização acelerada que se tem sentido tem um impacto enorme na formação dos estudantes e mais tarde na carreira. Ao mesmo tempo já há alguns anos existia a tendência de formação ao longo da vida.

 

Hoje o que é importante é a gestão das pessoas. “O mundo é cada vez mais digital, mas o digital significa tecnologia, mas também significa pessoas. Os managers têm de aprender a gerir as equipas neste novo formato”, sublinhou a diretora de Formação de Executivos da Católica Lisbon Business & Economics.

 

Pedro Santa Clara acha muito difícil ensinar criatividade “a seco”. O diretor da Escola 42 Lisboa considera que tais competências humanas desenvolvem-se especialmente bem em torno da aprendizagem de competências técnicas. “Para mim não faz sentido a dicotomia entre hardskills e softskills. É muito mais a forma como se aprende”.

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