Criar e otimizar uma loja online: o que deve saber quem está a começar
A Fnac está no comércio eletrónico desde 1999 e essa experiência representa hoje um know-how e uma estrutura bem montada para responder a picos de procura e a situações excecionais como a da pandemia, reconheceu Paula Alves, diretora de Ecommerce da Fnac Portugal, no debate Optimizing Ecommerce Operations do Portugal Digital Summit.
“Em abril deste ano estávamos a vender 50% acima de dezembro do ano passado, que já tinha sido o nosso melhor mês”, revelou a responsável, partilhando ainda mais alguns números dos últimos meses: “desde março até agora angariámos 200 novos parceiros para o marketplace, quando tínhamos uma base já de 500”, a maior parte empresas portuguesas.
A responsável confirmou que a plataforma, que agrega lojas parceiras à loja online da Fnac, acabou por ser um recurso usado por muitas empresas para uma primeira abordagem ao comércio eletrónico, numa altura em que chegar ao cliente pelas vias tradicionais deixou de ser uma opção.
Analisar projeções de vendas é imperativo
Francisco Rocha, Senior Manager da Capgemini Portugal, concordou que esta pode de facto ser a melhor estratégia de arranque no ecommerce para algumas empresas. Tudo depende de uma análise que é preciso fazer antes de investir, por onde passam uma avaliação às previsões de vendas a e um conhecimento detalhado do investimento e recursos necessários, para ter uma operação digital própria vs integrar um marketplace.
Esta segunda opção, defendeu ainda o responsável, tem a particularidade de dar acesso imediato a uma base de clientes alargada, que de outro modo levaria tempo a construir. Tudo depende das condições da empresa e da estratégia que quer montar. “É muito diferente abordar uma estratégia de ecommerce em que todos os passos são pensados, ou integrar um marketplace que já exista”, sobretudo nos custos associados e nos resultados de curto prazo, referiu.
Digital vs interação humana: a virtude está no equilíbrio
Paula Alves sublinhou, no entanto, que apostar numa loja online deve sempre ser visto como um entre vários elos de uma estratégia omnicanal, onde “ter pessoas a ajudar pessoas”, continua a ser um dos pontos centrais e que a empresa procura assegurar por diferentes vias, fazendo a ponte com as lojas e aos canais de apoio ao cliente.
A quem se está a iniciar neste mundo do ecommerce, a responsável recomenda um bom planeamento estratégico da oferta a apresentar, sem esquecer aspetos como a política de portes, que deve ser pensada para não perder clientes, nem ameaçar a rentabilidade da venda.
Francisco Rocha recomenda uma avaliação rigorosa das previsões de receitas futuras, antes de tomar decisões, e lembra o papel determinante de um conjunto de ferramentas tecnológicas no suporte a este tipo de negócio para manter a segurança da operação, por um lado, e por outro para poder tirar partido dos dados que os clientes vão deixando online e através deles otimizar ofertas e vendas. A capacidade de integrar estes dados dispersos é um dos grandes desafios e oportunidades do comércio eletrónico, recordou o responsável.
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