Consumidores mas não só: um dia nós próprios seremos aplicações
O cenário é futurista. Ou se calhar nem tanto: a era do 5G está a chegar e promete transformar profundamente a vida de cidadãos e empresas. As mudanças que aí vêm (e são muitas) serviram de tema de debate na sessão Extreme Mobile.
O 5g está realmente ao virar da esquina e as promessas começam a materializar-se. Há novos produtos em desenvolvimento e principalmente muitos serviços a serem preparados, capazes de aproveitar as ligações super-rápidas disponibilizadas pelas redes móveis de nova geração. Nuno Parreira, Head Mobile Divison da Samsung Electronics, e Susana Sargento, professora e investigadora da Universidade de Aveiro e do Instituto de Telecomunicações, “contaram” tudo na sessão Extreme Mobile do Portugal Digital Summit’20.
Vamos entrar numa geração móvel muito mais disruptiva. “Será algo nunca visto até ao momento”, na opinião de Nuno Parreira. Hoje temos telemóveis, tablets, relógios inteligentes, “que foram criados nas redes 3G e que evoluíram nas redes 4G” e que agora vão ser aperfeiçoados, mas entretanto há dispositivos novos a chegarem, com outras formas, designs e propósitos que nos vão proporcionar novas experiências
Para o Head Mobile Divison da Samsung Electronics a Inteligência Artificial vai ter uma componente forte de interação com os humanos. “Vamos usar muito mais a voz do que os dedos, vamos ver hologramas, vamos ver realidade aumentada de facto a funcionar. Vamos assistir a variadíssimas experiências”, que neste momento só podemos idealizar em parte.
Num cenário extremo, nós próprios seremos aplicações deste ecossistema, diz Nuno Parreira. “O mundo físico e o digital vão juntar-se, “muitas vezes sem percebermos se estamos num ou noutro”, numa interação recorrente com os dispositivos. “Vai ser constante o número de experiências e a complexidade que vai ter, mas a tecnologia vai trazer simplicidade a essa rede complexa de ligações”, garante Nuno Parreira.
A análise de Susana Sargento, vai no mesmo sentido. “Continuaremos sempre a ter o papel de consumidores, mas não vamos ser só consumidores”, referiu. “O consumidor começa a estar completamente imersivo em toda esta panóplia do 5G”.
Para a professora e investigadora da Universidade de Aveiro e Instituto de Telecomunicações, interessa destacar o outro lado da questão que é passarmos a ter uma oferta de serviços “de acordo com as minhas preferências, baseados naquilo que eu costumo fazer”, consoante os dados partilhados com a rede.
A tecnologia acaba por estar embebida em tudo o lado sem que o cidadão comum se aperceba, porque há sempre os interfaces que a tornam transparente. O facto de podermos gerar dados nesta nova era vai trazer-nos os serviços que realmente queremos e necessitamos.