Confiança e transparência são dois elementos fundamentais para o crescimento da Economia Digital
No painel Trust Embeded a percepção da segurança, mas também a partilha de informação de forma transparentes são apontados como necessários para a Economia Digital. A certificação em cibersegurança também está a crescer para mais confiança dos consumidores e empresas.
No contexto atípico da pandemia, com um perímetro de segurança muito alargado nas organizações devido ao teletrabalho, a cibersegurança teve uma prova de força, ampliado pelo facto das ameaças terem crescido. Lino Santos, Coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança, partilhou no painel alguns dos dados que o centro tem recolhido nos últimos meses, com o crescimento do phishing, malware e ataques que tiram partido da agenda mediática. Especialmente em agosto e setembro.
Para o coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança, a adaptação das empresas ao novo contexto de pandemia, que obrigou as empresas a funcionarem num modelo de teletrabalho, “foi fantástica”, mas reconhece que existiram casos em que foi necessário baixar o nível de segurança habitualmente exigido.
“O nível de incidentes [dos últimos meses] não decorre da falta de preparação, mas do aumento do vector de ameaça, mas temos de corrigir. E acompanhar o ritmo”, defende.
Se a confiança é um elemento chave para a economia digital, refletindo-se na ausência de medo na utilização da tecnologia através da cibersegurança, Nuno Loureiro Co-Fundador e Presidente Executivo da Probely, defende que também a transparência deve ser considerada nesta equação. “Quando há um breach de dados as empresas devem partilhar informação, o que transmite confiança ao cliente”, afirma.
Apesar de não existirem sistemas 100% seguros, há ferramentas e controlos, na infraestrutura e redes e das aplicações, onde a Probely opera, justifica. Os últimos meses mostraram que as empresas que tinham as redes mais preparadas, com os mesmos nívels de controle dentro da organização ou quando o colaborador estava em ligações remotas, foram as que conseguiram uma adaptação mais rápida ao contexto forçado pelo novo coronavírus.
Isso é “zero trust”? É uma forma de preparação que passa por “assumir que um colaborador está sempre ligado a uma rede que não é trust e isso é um mindset com políticas de segurança que se adapta mais a esta realidade”, defende.
Alguns sectores estão naturalmente mais preparados para a cibersegurança, nomeadamente o bancário e da defesa, que lidam com risco como factor de negócio, mas Lino Santos admite que é difícil apontar alguma área que esteja particularmente mal preparada.
Também não vê diferença na Administração Pública. “Temos uma estratégia de reforço contínuo da segurança”, explica, admitindo, porém, que ninguém pode afirmar que está totalmente seguro. Lino Santos recorda que a publicação recente da estratégia de inovação para a AP tem objetivo a certificação em cibersegurança de 80% da AP até 2023.
“A certificação é um factor de confiança para o utilizador, resultando de uma aposta da União Europeia e também de Portugal”, responde.
Quanto à aposta em cibersegurança, funciona mais ou menos como o velho ditado de “casa roubada, trancas à porta”, afirma Nuno Loureiro, mas alguns enquadramentos legais mostram às empresas que mais vale investir em ferramentas e controles de segurança do que pagar multas muito elevadas, como as que são aplicadas pelo RGPD.
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